quarta-feira, 2 de setembro de 2009


Sorte

Encontrei minha sorte, por sorte dela também, em meio à faixa de Gaza, não haviam tiros e não havia ninguém. Tinha sim, muita poeira e carros que passavam em alta velocidade, medo que só conhece quem mora e anda nessa cidade.

A sorte favorece os audazes, disse o tal Alexandre, grande pras moças dele, ou pros que subjugou, mas assumo, nessa frase ele acertou. Esqueceu-se de que a sorte tem de ser alimentada, cultivada, pra que cresça forte e assim nos favoreça, os audazes.

Seus olhos pequenos brilham, trazendo alento para um guerreiro cansado, de tanta podridão, de tanta sujeira, jogadas, jogadas almas, crackeadas, sem qualquer código de defesa real, nesse jogo o consumo consome o consumidor. O pior é que não passa a dor, pois citando outras mesmas lutas, passa e fica a dor, prazer? Não! Caveirão. Minutos depois no lugar do morto entra outro vapor, vapor condensado é vapor morto, foguetes não em sua homenagem, mas sim para que não perca sua carga que é apenas mais uma parte da engrenagem. Não reviso meus textos, os sinto e os escrevo, tenho sorte, minha gatinha que traz um pouco de alegria natural, isso é o que nos falta, alegria natural, voltar para uma parte nossa animal, meditando talvez, na natureza com certeza, quero a beleza, é por isso que luto. O caos de nossa humanidade torpe e vil se torne nossa natureza humana e gentil, animalizar é naturalizar, humanizar é antinatural, devemos nos reencontrar com nossa parte animal, e gerar o novo, de novo...povo...

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